Fórum Global e Crise no Rio Grande do Sul evidenciam necessidade de financiamento climático
Publicado em 03/07/2024
Especialistas Reforçam Importância da Ação Coletiva e da Filantropia na Adaptação às Mudanças Climáticas.
O F20 Climate Solutions Forum (CSF) 2024 reuniu líderes globais para discutir as formas de financiamento necessárias para fortalecer as soluções de adaptação climática. O evento realizado em junho, no Rio de Janeiro, destacou o engajamento coletivo, a liderança do Sul global e a filantropia como catalisadores de transformações sistêmicas, enfatizando a urgência de enfrentar a crise climática.
Um relatório recente da Organização das Nações Unidas (ONU) revela que as necessidades financeiras de adaptação dos países em desenvolvimento são de 10 a 18 vezes maiores do que os recursos públicos internacionais disponíveis. Lucas di Pietro, presidente do Conselho do Fundo de Adaptação, ressaltou a importância do envolvimento de todos os atores sociais e apontou a necessidade do aumento do financiamento por parte dos países desenvolvidos, a simplificação do acesso a recursos e o papel fundamental de universidades e governos em políticas sustentáveis.
Estatísticas foram colocadas nas pautas de discussão durante o evento. Dados alarmantes preocupam o mundo, não sendo apenas os números da tragédia climática que impressionam. De acordo com Manavi Bhardwaj, gerente executiva da Índia Climate Collaborative, menos de 2% dos recursos globais da filantropia são direcionados para temas climáticos. Bhardwaj destacou a importância de direcionar esses recursos para organizações que atuam nos territórios mais afetados, especialmente no Sul global. “A filantropia regional tem um papel importante na liderança da agenda de resiliência. As organizações de base, que são as primeiras a responder quando ocorre uma crise que impacta comunidades vulneráveis, precisam ser fortalecidas para que estejam melhor preparadas para oferecer esse apoio”, afirmou.
Enquanto isso, o Brasil enfrenta uma grave crise climática com os impactos devastadores das chuvas no Rio Grande do Sul. Desde que o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu o alerta vermelho, o estado tem registrado centenas de mortos e desaparecidos, milhões de pessoas afetadas e centenas de milhares de desalojados. A solidariedade tem sido uma resposta imediata, com doações de itens de primeira necessidade e recursos financeiros vindos de todas as regiões do país. Organizações não governamentais e entidades filantrópicas desempenham um papel fundamental nas ações de ajuda humanitária e apoio emergencial.
Para Marcella Souza Carvalho, coordenadora do departamento de assuntos culturais e terceiro setor da ABA, a “Andersen Ballão Advocacia reforça seu posicionamento de apoio voluntário à situação do RGS, seguindo com a campanha de arrecadação de donativos para os afetados das enchentes, e, sobretudo, mantém sua postura de atuação em demandas relacionadas ao contexto climático onde possa servir como agente mobilizador de boas práticas e conscientização, visando potencializar mudanças necessárias.”
Entretanto, é essencial que a resposta aos desastres naturais seja complementada com iniciativas preditivas de combate às mudanças climáticas. Dados do Censo GIFE 22-23 mostram que apenas 26% e 23% das organizações atuam nas áreas de “Ambiente natural e sustentabilidade” e “Ambiente urbano e sustentabilidade”, respectivamente, destinando apenas R$ 277 milhões dos R$ 4,78 bilhões mobilizados pelo Investimento Social Privado (ISP) para essas áreas.
Integrar a agenda de resiliência climática nas estratégias do ISP é crucial. Com a previsão de eventos climáticos extremos se tornando mais frequentes, é imperativo que o Brasil esteja preparado para enfrentá-los. A mobilização de recursos e o engajamento coletivo são fundamentais para construir uma sociedade mais resiliente e adaptada às mudanças climáticas.
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