
Investimento social privado transforma realidades
Publicado em 10/04/2025
Prática ganha força no Brasil ao alinhar impacto social, reputação empresarial e envolvimento comunitário
O investimento social privado (ISP) no Brasil vem ganhando relevância como uma estratégia que vai além da responsabilidade social corporativa, consolidando-se como uma ação com benefícios mútuos para a sociedade e para as empresas. Com investimentos em áreas-chave como educação, saúde, meio ambiente e cultura, o ISP tem potencial de promover mudanças significativas na sociedade, ao mesmo tempo que contribui para o crescimento e a inovação no setor empresarial.
O ISP é a destinação voluntária de recursos privados, sejam financeiros, humanos, de tempo, técnicos, entre outros, com o objetivo de apoiar iniciativas sociais em diversas áreas, sempre com foco no interesse público. Diferente da filantropia corporativa tradicional, predominante até meados dos anos 90 e marcada por um caráter assistencialista, com doações pontuais ou emergenciais e pouco envolvimento com os beneficiários, o ISP acontece de maneira estratégica e planejada. Isso inclui desde a escolha estratégica da entidade ou projeto social, passando pelo monitoramento direto das atividades, até a avaliação de impacto e resultados gerados.
Além disso, a sustentabilidade é um pilar essencial na realização desse tipo de investimento, assim como o envolvimento da comunidade e a transformação social alcançada. Ou seja, as ações precisam implicar em resultados concretos e positivos, tanto internamente, entre os colaboradores, quanto externamente perante a comunidade. A criação de departamentos dedicados à responsabilidade social, ou mesmo de instituições próprias fundadas pelas empresas para essa finalidade, evidencia como o ISP vem se consolidando como uma realidade para o ciclo econômico corporativo e as boas práticas alinhadas aos princípios do ESG (sigla para Environmental, Social and Governance – Ambiental, Social e Governança – pilares do desenvolvimento sustentável nas empresas).
Esse aporte estratégico tem se consolidado no fortalecimento das boas práticas de governança empresarial. As empresas adotam o investimento social privado não apenas para contribuir para o bem-estar social, mas também fortalecer sua imagem perante consumidores, investidores e a sociedade. Conforme o relatório da CECP (Chief Executives for Corporate Purpose), o ISP movimentou mais de US$ 32 bilhões em todo o mundo em 2023, o que comprova que investir em causas sociais vai além de um gesto de generosidade, é um fator que fortalece reputações e gera valor compartilhado.
Para Marcella Souza Carvalho, advogada e coordenadora do Departamento de Assuntos Culturais e Terceiro Setor da Andersen Ballão Advocacia, o investimento social tende a fortalecer as estratégias de sustentabilidade e inovação social, além de destacar a marca no mercado, atraindo consumidores e investidores alinhados a valores e práticas éticas.
“As empresas se tornam não apenas mais responsáveis, mas também inovadoras e preparadas para os desafios do futuro. Em um mundo onde a transparência e os valores sociais estão cada vez mais em pauta, investir em causas sociais não é apenas uma escolha ética, mas também uma decisão estratégica para o crescimento sustentável do negócio”, diz Marcella.
Embora os investimentos em ISP estejam crescendo, ainda existem disparidades significativas entre as regiões do país, com o Norte e Nordeste enfrentando maiores dificuldades em atrair aportes consistentes. Outro grande desafio é garantir que os investimentos realizados nessa área resultem, de fato, em mudanças sustentáveis a longo prazo, evitando que os projetos sejam percebidos apenas como ações pontuais.
Há mais de uma década, a Andersen Ballão Advocacia mantém o Departamento de Assuntos Culturais e Terceiro Setor, dedicado a atender e orientar tanto as instituições que desenvolvem os projetos sociais e culturais, quanto empresas interessadas em investir e apoiar causas das mais diversas áreas.
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